O deputado federal Jilmar Tatto analisa de forma positiva o atual momento da economia brasileira e ressalta que as condições para o crescimento tornam-se mais favoráveis à medida que notícias de diversos setores são animadoras. Na semana que se encerra (18 a 24/03) foram divulgados dados por diferentes centros de estudos e pesquisas que demonstram o quanto o Brasil evoluiu em questões como geração de emprego e distribuição de renda, entre outros avanços significativos.
Foto: Leonardo Prado A taxa de desemprego no último mês de fevereiro ficou em 5,7% e é a menor dos últimos dez anos para o período, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) feita pelo IBGE.
No cenário industrial, a sondagem feita pela CNI indica que há estabilidade, com melhora nos índices de emprego e produção. O setor tem previsão de aumento nos investimentos em 21,7% até 2014, como apontou a FGV, em pesquisa realizada nos meses de janeiro e fevereiro, o que equivale a um crescimento médio anual de 6,8% e é considerado elevado pelo Instituto.
Os fatores que mais devem alavancar os investimentos são a demanda interna e o ambiente macroeconômico. As empresas apontam a situação econômica externa como freio a um maior crescimento. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), porém, registra alta em relação a fevereiro. Segundo a FGV, a prévia de março registrou 102,8 pontos.
Os ventos são favoráveis no agronegócio cuja balança comercial registrou superávit de US$ 4,6 bilhões em fevereiro. Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura indicam que o resultado é 15% maior que o registrado em fevereiro de 2011. Só no primeiro bimestre o superávit chegou a US$ 8,9 bilhões, e isso significa 12% a mais que nos primeiros dois meses do ano passado.
O setor do comércio também alcançou resultados positivos no início de 2012. As vendas no varejo cresceram 2,6% em janeiro em relação a dezembro de 2011. Das dez atividades pesquisadas pelo IBGE, sete tiveram resultados positivos. Ainda, em janeiro deste ano, o volume de vendas cresceu em 25 das 27 unidades da federação. Apenas o Amazonas (-0,2%) e o Rio Grande do Norte (-1,2%) registraram resultados negativos.
A sétima pesquisa Observador Brasil 2012 apontou que, no ano passado, 2,7 milhões de brasileiros mudaram o perfil de renda, deixando as classes D e E para fazer parte da classe C. Com isso, a maior parte da população deixou de estar nas classes D e E (eram 51% em 2005) para fazer parte da classe C (54% em 2011). Além disso, 230 mil pessoas saíram da classe C e entraram para as classes com maior renda (A e B). Agora 22% dos brasileiros estão nas classes A e B. Em 2005 eram 15%.
Tais dados de melhoria da renda e ascensão de classe se confirmam e prometem evoluir como demonstra o maior rendimento médio do trabalhador desde março de 2002: R$ 1.699,70, em fevereiro de 2012 (PME/IBGE). A pesquisa ainda revelou que o poder de compra das pessoas que trabalham com carteira assinada ou informalmente aumentou 1,2% em comparação com janeiro e 4,4% em relação a fevereiro de 2011.
E o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos (Dieese) prevê que os trabalhadores vão manter as correções salariais acima da inflação, como em 2011, quando 87% das negociações resultaram em aumentos acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado IBGE.
Como se vê, o Governo Dilma, nesses quase 15 meses de exercício, tem acertado em sua política de valorização do salário mínimo e na tomada de medidas que estimulam o crescimento, da mesma forma que sua política financeira tem sido exitosa. Os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird) consideraram, no último dia 21/03, o sistema financeiro nacional brasileiro estável, com níveis baixos de risco e a política do Banco Central bastante efetiva e energética, principalmente no que se refere ao enfrentamento da crise financeira mundial, da qual o país saiu rapidamente, e quanto à taxa de câmbio flexível e aos altos níveis de reservas internacionais. A análise é realizada dentro do Programa de Avaliação do Setor Financeiro, a cada 5 anos. Soma-se a esse quadro nacional uma novidade na zona do euro, com a afirmação do diretor do Banco Central Europeu, Mario Draghi, no dia 22/03, de que o pior da crise econômica internacional já passou e as taxas de inflação e déficit orçamentário estão melhores nos países que integram aquela união monetária do que nos Estados Unidos. Aos poucos o panorama internacional vai mudar.
O Brasil está forte. As perspectivas que se têm é que a economia brasileira continuará a prosperar e não faltam argumentos para acreditar nisso. Até que os países europeus e EUA retomem seus níveis de crescimento e de demanda por produtos brasileiros é o mercado interno que deve continuar aquecido. Se a indústria ainda não consegue vender lá fora como vendia antes, continuará a oferecer seus produtos no país. O aumento do rendimento dos trabalhadores há de garantir o consumo, mas vai aumentar as exigências por produtos e serviços de qualidade. E será essa capacidade de adaptação da indústria brasileira, de atender o consumidor interno que ascende de classe social, que a tornará mais competitiva para superar as barreiras do comércio internacional.
Fonte dos dados desta matéria: Agência Brasil